sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Woody Allen 2

Com a segunda aula do curso sobre o Woddy Allen, ministrado pelo didático Sérgio Rizzo, foi possível identificar com mais clareza a primeira fase da filmografia do diretor. Ela vai da sua estréia (cuja data há controvérsias, se seria em 1965, com What´s Up, Tiger Lily?, ou 1968, com Um Assaltante bem Trapalhão) até 1975, com o lançamento de A Última Boris Grushenko. A partir de seu filme seguinte, Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, nasce um novo Woody Allen, com pretensões a um projeto de cinema mais sério e denso.

Ainda inseguro como cineasta, Allen não sabia direito onde colocar a câmera. Na dúvida, se cercava todas as possibilidades, filmando as cenas de diversos ângulos diferentes e deixando para decidir qual a melhor no momento da montagem. Ao fim de Um Assaltante bem Trapalhão, viu-se com um material filmado que não tinha fim, sem saber como dar àquilo uma lógica. Allen nunca escondeu que quem colocou a ordem na casa e salvou o filme, foi o montador Ralph Rosemblum, profissional que virou seu homem de confiança por todos os trabalhos que dirigiu ao longo da década seguinte.

Nessa primeira fase, Allen encontrou na paródia de determinados gêneros um ponto de partida. Uma espécie de muleta. Ele partia de algo conhecido, descontextualizava, subvertia os clichês, brincava com as tradições. Em Um Assaltante bem Trapalhão, a sátira recai sobre os filmes de gângster. Em Bananas, são os filmes políticos e românticos. Em O Dorminhoco, os filmes de ficção cientifica. Em todos eles, Allen personificou a figura do clown, aquele indivíduo deslocado de seu ambiente e com forte sensação de inferioridade e fragilidade em relação aos demais (os óculos servem de apoio para a fixação dessa imagem).

A partir de A Última Noite de Boris Grushenko há uma nítida mudança de tom. Revi um trecho do filme ontem, durante a aula, e é incrível como as piadas passam a ser mais bem elaboradas. A graça do texto, muito mais sofisticada. Se antes, eu humor bebia na fonte das comédias dos anos 10 e 20, de fácil identificação pela platéia, agora sua inspiração passava a ser a literatura clássica russa e os filmes de Ingmar Bergman. Os diálogos tratavam sobre a morte, filosofia e a existência de Deus. O filme passava a exigir do público um certo grau de erudição.

Noivo Neurótico, Noiva Nervosa marca o começo de uma nova fase da obra de Allen. Ele passará a adotar a figura do novaiorquino, judeu, neurótico, hipocondríaco, envolto em seus problemas familiares e sentimentais. O personagem se entrelaçará com o artista. O humor será muito mais inteligente, perspicaz e sofisticado. O Woody Allen que conhecemos hoje, nascia aí.

Monty Python's Flying Circus e a menina do Frankenstein

Saiu hoje a primeira temporada, e eu não me aguentei e já comprei.
(Aliás, dica pra quem tiver dinheiro sobrando ou quiser juntar pra comprar por mais barato: tá em promoção a caixa completa no Amazon, e mesmo com o imposto - caso vc tenha o azar deles pegarem seu pacote - vai sair mais barato do que comprar a coleção completa assim em separado por aqui)
Não tem jeito, ver eles em ação é como escutar Jimi Hendrix em Woodstock ou algo desse nível. Eu já perdi a conta de quantas vezes já vi os primeiros episódios (em compensação, os outros eu nunca vi até agora), e mesmo assim sempre choro de dar risada.

Agora planejo, assim que uma graninha extra entrar, comprar também as edições especiais do Vida de Brian e do Cálice Sagrado (este último bastante chupinhado de outra pérola, O Exército de Brancaleone).




E hoje revi o Frankenstein clássico da Universal. Tudo aquilo lá já faz parte da nossa cultura, não tem como escapar, então nem vou falar muito do Karloff, da maquiagem e por aí vai.
O que me choca nesse filme toda vez que revejo é a cena do Frank com a menina na beira do lago. Primeiro porque a clareza, simplicidade e objetividade da cena toda é brilhante - é exatamente aquilo que todos os filmes deveriam fazer (e que mesmo no Frankenstein não acontece em toda cena): o subjetivo surge de algo direto, de ações que não levantam questões superficiais sobre o que está acontecendo ou coisas do tipo, aquela névoa que muita gente acha que é sinal de filme inteligente. Não, assim como tudo que é mais sagrado no cinema, o que há naquela cena de brilhante é o que se estabelece entre as personagens, a relação entre tudo que aparece nela e o que aquilo suscita em quem está assistindo. Segundo porque o desfecho da cena, de uma crueza que é digna de um Samuel Fuller, com a menina sendo jogada no lago, sério, é tipo de coisa que mesmo hoje muita gente por aí não teria culhão de fazer (ou teria que mudar por imposição). E segue-se outro momento brilhante, que é o pai carregando a menina no colo no meio da festa na vila. Esse é um momento tão visionário, tão especial, que ecoa claramente até em várias coisas que um Glauber Rocha, um Pasolini iriam buscar lá pra década de 60.
(Ah, se pelo menos não houvesse aquele furaço no roteiro logo no final da sequência, com o pai anunciando o assassinato do nada...)

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Woody Allen

Na última quinta-feira comecei um curso na Casa do Saber, aqui em São Paulo, sobre o cinema de Woody Allen. O curso se estende ainda por mais três aulas. O instrutor é o Sérgio Rizzo, crítico da Folha de São Paulo.

Como cinéfilo, minha primeira reação aos filmes do Woody Allen foi de rejeição. Com o tempo, a gente vai dando uma segunda e uma terceira chance e aqueles filmes antes odiados passam a fazer sentido. O que não tinha graça, passa a ter. Como num passe de mágica.

O Woody Allen nasceu em 1935, o que lhe dá 73 anos (ainda incompletos). Tá bem velhinho. Ele deve ter dirigido uns 35 filmes. Considerando que sua carreira já tem 40 anos começou em 1966, com a comédia What´s Up, Tiger Lily?, é sinal que ele é certamente um dos artistas mais prolíficos de Hollywood, com um média inimaginável de quase um filme por ano.

Acho difícil existir um diretor que manteve a qualidade de suas obras por tanto tempo (talvez o Bergman consiga atingir esse padrão de excelência). Allen dirigiu vários filmes entre os anos 70, 80 e 90, quase eles bons ou muito bons. A crítica costuma destacar seus trabalhos mais tradicionais, como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa e Manhattan. Essa mesma crítica despreza a obra mais séria do diretor, como Interiores e A Outra, bem como os filmes realizados ao longo dos anos 90.

Gozado. Claro que Annie Hall e Manhattan são belos filmes (gosto mais do segundo). Mas não entendo como outras de suas obras-primas são descartadas assim tão facilmente. O período da filmografia da Allen que mais me agrada é aquele que vai da metade dos anos 80 à outra metade dos anos 90. Num período de 10 anos, o cara não errou praticamente nada! A Rosa Púrpura do Cairo, Hannah e Suas Irmãs, A Era do Rádio, A Outra, Crimes e Pecados, Simplesmente Alice, Maridos e Esposas (quando é que alguma distribuidora vai lançá-lo em DVD?), Um Misterioso Assassinato em Manhattan, Tiros na Broadway, Poderosa Afrodite, Todos Dizem Eu Te Amo e Descontruindo Harry. Qual diretor pode ostentar tanta qualidade em sua filmografia?

No entanto, como tudo na vida um dia chega ao fim, já tá mais do que evidente que esse nível de excelência mantido pelo Woody Allen despencou na última década. De Celebridades a Scoop (tirando aquela obra-prima chamada Match Point), ele não dá uma dentro. Se antes eu corria ao cinema de Santos mais próximo para ver o novo filme dele (o qual, provavelmente, estava estreando com dois anos de atraso), hoje, espero tranquilamente seu lançamento em DVD ou sua exibição na TV a Cabo. Um deles, Melinda e Melinda, não vi até hoje. O Escorpião Jade, Igual a Tudo na Vida e Dirigindo no Escuro são simplesmente tétricos, indignos de um artista como ele.

Penso que o grande problema do Woody Allen é o pouco tempo que sepera cada um de seus filmes. Se essa produtividade não era uma trava para a sua criatividade nos anos passados, hoje fica nítido que a pressa vem gerando filmes menos inventivos, personagens rasos (o que nunca foi a sua marca), piadas menos inspiradas. A impressão que dá é que ele pega um amontoado de piadas que deve ter arquivadas, junta tudo e tenta transformar num longa-metragem. Só que a coisa não dá liga. Ele deveria se afastar da atuação e se dedicar exclusivamente à direção (como fez em Match Point) e, principalmente, elaborar melhor os roteiros e as tramas.

Quem sabe assim teríamos nosso Woody de volta...

Ardil 22

Antes de Onde os Velhos Não Têm Vez tinha lido o romance Ardil 22 (Catch 22), que Joseph Heller escreveu em 1961.

Imperdível.

O sucesso do livro foi tanto que a expressão "Catch 22" se incorporou aos dicionários da língua americana. Expressa qualquer paradoxo ou situação ilógica por que passamos. No livro, soldados americanos estão alocados em Pianosa, uma ilha perdida no meio da Europa. Há uma regra que permite que os combatentes peçam licença definitiva do exército se alegarem que estão loucos. Mas o fato de a pessoa se considerar um louco é a prova justamente de que ela não está. Esse é o Ardil 22.

A adaptação do romance foi lançada em 1970 e dirigida pelo Mike Nichols. O protagonista, Capitão Yossarian, foi interpretado pelo Alan Arkin. Vi Ardil 22 há muito tempo, ainda em VHS. Não lembro de praticamente nada. Não curti muito. Não sei se o resultado ficou meio pesado ou se as piadas não funcionavam, o fato é que não "entrei" no filme. Agora, tendo lido o livro, vejo que é um material praticamente infilmável. Não há uma história propriamente dita. São apenas cenas (algumas bizarras e sem sentido) e personagens (vários) que vão desfilando capítulo a capítulo à sua frente, sem qualquer preocupação com um fio narrativo. Mesmo assim, senti vontade de rever o filme.

Pelo que li, Ardil 22 foi um dos maiores fracassos da época. Custou muita grana mas fez água nas bilheterias. Alguns tentaram explicar a rejeição do filme pelos americanos por causa do momento do país, que ainda vivia o Vietnã. Ninguém estava disposto encarar uma comédia ambientada numa guerra. Não sei se isso explica muita coisa, já que M.A.S.H, que Robert Altman filmou no mesmo ano e que trata de tema semelhante (muda-se apenas a guerra), foi sucesso de público e crítica.

Mike Nichols, o diretor, devia estar com tudo na época. Vinha do teatro, onde já era respeitado. Em 1966, adaptou a peça de Edward Albee, Quem Tem Medo de Virginia Woolf?, levando 5 dos 13 Oscar para os quais foi indicado. No ano seguinte, ele mesmo ganhou o seu Oscar pela direção de A Primeira Noite de um Homem, excelente comédia, mas que sempre funcionou mais nos EUA do que aqui no Brasil. Nichols devia estar com tudo. Ele sabia que teria dinheiro de sobra pra torrar no projeto que bem entendesse. Quis encarar o desafio de adaptar o livro do Joseph Heller, desejo de 10 entre 10 diretores da época. Acho que o roteiro era do Buck Henry, que já tinha escrito A Primeira Noite de um Homem. Pelo jeito, o resultado não agradou nem a gregos nem a troianos. De qualquer forma, Nichols se recuperou no ano seguinte com Ânsia de Amar, belo retrato do homem americano dos anos 60 e 70, estrelado pelo Jack Nicholson. Ao longo dos anos 90, Nichols ficou meio longe do cinema. Fez alguns filmes para a TV, dentre eles Angels in America. Agora, depois de Closer e Jogos do Poder (que ainda não vi) parece ter voltado à moda.

Ardil 22. Para quem não leu, faça-o. Para quem já viu o filme, como eu, creio que uma revisão será muito bem vinda.

Onde os Velhos Não Têm Vez (o livro)

Estou acabando de ler o romance Onde os Velhos Não Têm Vez, do Cormac McCarthy.

Não sei se o problema é da tradução (feita por Adriana Lisboa, da Editora Alfaguara) ou do próprio original. Mas o texto tem uma escrita das mais pobres, cheios de "e", "e", "e", "e". Nunca vi algo parecido. Sou obrigado a repruzir um trecho pra vcs terem uma idéia do que eu estou falando:

"Desceu a escada dos fundos E atravessou o estacionamento até o carro de Wells E pegou a CHAVE da porta no molho de CHAVES que Wells levava E abriu a porta E verificou dentro do carro na frente E atrás E debaixo dos assentos. (...) Deu a volta até o lado do motorista E abriu o capô E olhou dentro do compartimento do motor E depois fechou o capô E ficou olhando para o hotel."

Mais à frente:

"Ele não sabia o que estava procurando mas não teve que procurar"

Será o Cormarc escreve tão mal assim ou o problema é da nossa tradução?

De todo o modo, para aqueles que pensam que ñ é possível fazer um filme melhor que um livro, Onde os Fracos Não Têm Vez é bem melhor que o romance. Eu já gostava do filme. Depois de ter lido a história na qual ele se baseou, passei a gostar ainda mais.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Contagem Regressiva

A Europa Filmes finalmente marcou a estréia de Um Beijo Roubado. Para quem não ligou o nome brasileiro ao filme, é o My Blueberry Nights, do Wong Kar-Wai. É já para março, mas sem data definida. Agora é cruzar os dedos para que não haja adiamento.

Eis o pôster brazuca:

Ressaca

O jornal The New York Times tem uma teoria para o fato de o Oscar desse ano ter dado prêmios tão "audaciosos", como Marion Cotillard e Tilda Swinton: o fantasma de Heath Ledger.

Segundo os jornalistas que apuraram a reportagem, havia um temor entre os membros da Academia de que acontecesse o mesmo do ano retrasado, quando "Crash" venceu "Brockeback Mountain", estabelendo um novo patamar de erro para o prêmio: o da covardia.

Sugiro outra explicação, mais singela: ninguém viu os filmes, fiaram-nos nos críticos e votaram no escuro - as bilheterias dos filmes indicados era baixíssima.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O que Javier Bardem achou da queda da audiência do Oscar


(Ei, esse filme é do Bigas Luna. Eu quero ver é alguém defender a - musa até o fim dos tempos, até mal vestida - Marion Cotillard sabendo que ela fez Taxi 2 e 3 e participou daquela série de tevê do Highlander)

Baixa audiência

E nunca que o Oscar foi tão pouco visto na história, desde que começou a ser transmitido pela televisão - até então, a cerimônia mais pífia nesse aspecto tinha sido a de 2003.

Os analistas de plantão estão culpando os vencedores europeus (oi?) e o pouco entusiasmo do público estadunidense com os concorrentes.

Eu tenho uma teoria diferente: a grande massa assiste ao Oscar pra quê? Pra ver quem ganhou o troféu de melhor assistente de câmera? Não mesmo. O saboroso é ver aquela atriz do momento usando um gigantesco colar de diamantes e um poderoso vestido Gucci que poderá ser copiado na costureira mais próxima. Ou ver aquele ator bacanudo levar aquela atriz em ascensão e dar margem pra todo o ti-ti-ti.

A questão é que a mídia anda saturando tanto a gente (eles, muito mais, que se alimentam dessa "cultura") de fofocas de celebridades, sejam em tablóides, em revistas semanais, em canais de televisão, que a gente já conhece intimamente as bebedeiras e pegações da Lindsay Lohan (musa!), a falta de hábito da Britney Spears de usar calcinhas, as mancadas da Paris Hilton, cada um dos filhos do casal Brangelina e por aí vai. Oscar? É tudo fake, tudo encenação.

O povo quer vida real e isso os paparazzos dão de sobra.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Cadê

Falando em Sangue Negro, em Paul Thomas Anderson, me diz aí, e o dvd do Boogie Nights é sonho impossível de acontecer?
(Pô, tô falando de Boogie Nights, não pedindo que soltem os filmes do Cronenberg que não existem em dvd por aqui - ah, aquela cópia da criterion do Dead Ringers, M. Butterfly, Crash... eXisnteZ eu dispenso)

Olá

Sou novo por aqui e sou legal (eu espero).
Lambida no suvaco pra todo mundo.



E os Coen são ferrados, não vem não, independente de um deles ter cara de debilóide - sem contar o outro, que parece o primo surrado do Tim Burton.
Mas eu tenho uma opinião formada sobre o assunto: se vc, como eu, sabe quem é o Ethan e quem é o Coel, bem, get a life, ya?

Paredão

Encarnei o Pedro Bial e estou abrindo o paredão de quem merece sair da casa, quer dizer, ir pro hospício mais perto. Agora é só votar.

"Na Natureza Selvagem"


Antes que a 'vibe' Oscar se esgote, quero deixar registrada aqui - como meu primeiro post - uma reclamação: a pouca atenção dada ao mais recente filme de Sean Penn, Na Natureza Selvagem.
Escrito e dirigido por ele, e baseado no livro de Jon Krakauer, o filme conta a viagem feita por Christopher McCandless em busca do coração selvagem da liberdade, que segundo ele e seus autores favoritos advém da natureza e da simplicidade da vida. Se vocês ainda não viram, sugiro como um bom programa.
Apesar de termos destacado uma nova postura da Academia com relação a seus próprios valores fílmicos, politicamente falando talvez as mudanças não sejam assim tão grandes. Com duas indicações, este filme parece ter muito mais a dizer que o fofíssimo Juno, e talvez exatamente por isso tenha sido convenientemente deixado de lado.
Um filme de caráter político que sai atirando críticas a tudo que sabemos sólido e inevitável nos dias de hoje: a vida em sociedade, as convenções sociais (caminhando para um último nível do desgaste e artificialidade) e o consumismo que ultrapassa a idéia incial de suprir necessidades básicas.
Àqueles que possam taxá-lo preconceituosamente de neo-hippie ou juvenil, o que posso deixar dito é que é sempre mais fácil afastar pra longe esses instrumentos que nos fazem pensar seriamente sobre nossa condição, ridicularizando ou diminuindo qualquer tentativa que se faça de tratá-los abertamente.
O mais interessante é que o personagem (coerentemente interpretado por Emile Hirsch) não é apontado como dono da verdade, e sim como alguém tão falho quanto qualquer um de nós, mas que diferentemente da maioria, sai em busca de sua própria sanidade.
Talvez a Academia tenha achado anti-pedagógico pôr em evidência uma história como essa, que pode dar margem a uma nova onda de 'imitação da ficção', assim como o primeiro filme da trilogia Matrix foi apontado como uma das molas propulsoras à ação que deu origem ao massacre de Columbine.
Enfim, a chama da boa e velha politicagem estará sempre acesa em alguns corações enquanto formos considerados animais políticos.

Na ressaca

Então, Oscar acabou mas a gente ainda tá aqui. Nada, mas nada mesmo, foi mais esquisito interessante que a Tilda Swinton. Gente, no quesito figurino ela ganhou até da Diablo Cody. Dá uma olhada:
Estou vestida de Estátua da Liberdade dark.



Renée Zellweger ainda NÃO aprendeu a desfazer o bico.
Gente, chama a Ruby Dee pra dar um tapa nessa beiça!


Enquanto isso, NINGUÉM ainda descobriu o nome do cantor da última música de Encantada apresentada. Tem um monte de puta-e-viado interessado.
Oi você, diz seu nome, vai?!


Saca só, confirmando o que eu disse lá embaixo (e não me chamem de preconceituoso!):
Duh!


E pra finalizar, os três cavalheiros e a pequena dama:


UPDATE: Opa, opa, nossa leitora Ari Holzbach acabou de informar que o cantante lá de cima se chama Jon McLaughlin. Sijoguem!

Europa vence o Oscar

O Oscar de 2008 foi europeu. Dos atores, Daniel Day-Lewis e Tilda Swinton são ingleses, Marion Cotillard é francesa e Javier Bardem, espanhol. A figurinista Alexandra Byrne também é inglesa, o músico Dario Marianelli é italiano, os compositores da música vencedora de Once são irlandeses. Os maquiadores de Piaf também são franceses, assim como é italiano Dante Ferreti, o diretor de arte de Federico Fellini que hoje faz carreira fulminate nos EUA.

Além disso, Scott Rudin, o produtor, é britânico, sem contar que os irmãos Coen moram em Nova York, não freqüentam Los Angeles nem Hollywood e sempre fizeram mais sucesso na Europa que nos EUA - antes do Oscar, já haviam vencido por três vezes o Festival de Cannes em diferentes categorias.

A única coisa que não muda nunca: mais dois filmes sobre o nazismo venceram prêmios, como acontece todo ano. No caso, o austríaco que venceu melhor filme estrangeiro e o documentário em longa-metragem.

Quem mais se deu nas bilheterias bem foi Juno: US$ 111 milhões arrecadados depois da indicação. A roteirista canadense que venceu por melhor roteiro original trabalhou de stripper na vida antes de escrever o roteiro.

Melhor Filme - Onde os Fracos Não Têm Vez

Não está entre as 7 maravilhas do mundo, mas diante das opções, até acho que a escolha foi acertada.

Agora, dose mesmo é aguentar o ar blasê dos Joel e do Ethan Coen ao saberem que eram os vencedores.

Relembrando os vencedores dos últimos três anos, vejo:

2005 - Crash
2006 - Os Infiltrados
2007 - Onde os Fracos Não Têm Vez

Filmes cuja premiação era impensável num passado recente.

Mudou a Academia ou mudou o cinema americano?

Diretor, Filme...

Foi tudo mesmo para Onde os Fracos Não Têm Vez.
Pra mim, decepção. E o Ethan Coen tem cara de debilóide.

Estou indo dormir. Boa noite.

Melhor Direção - Irmãos Coen

Também achava barbada.

E depois de ter visto todos os cinco indicados, nem posso dizer que é injusto.

Não curto muito a filmografia da dupla. A obra que mais gosto deles - Na Roda da Fortuna - é a mais malhada pela crítica.

Onde os Fracos Não Têm Vez é o melhor filme dos irmãos Coen.

I drink your milkshake!

Alguma dúvida? Day-Lewis é tudonessavida.


Ah, no lugar do Viggo, quem deveria estar era o Armin Mueller Stahl.

Roteiro Original

Diablo Cody e seu vestido africano ganharam o prêmio de roteiro original. Um absurdo.

Ok, ok, podem me metralhar.

Melhor Ator - Daniel Day-Lewis

Outra barbada.

É uma interpretação perigosa. No limite do caricato, do exagero. Seu Daniel Plainview é um pouco primo-irmão do Bill Butcher, de Gangues de Nova York.

Teimo um pouco com o personagem, não compreendo de onde vem tanta maldade, tanta suspeita em relação ao ser humano.

Talvez seja um filme que me diga algo só daqui a alguns anos.

De toda a forma, é uma atuação das mais fortes.

Melhor Roteiro Original - Juno

Alguém tinha alguma dúvida?

Gosto de Juno. O personagem principal me incomoda um pouco. Descolada demais para um assunto tão sério.

Como postei anteriormente, me toca muito mais o drama do casal que adota a criança (Jason Bateman e Jennifer Garner) do que o da protagonista propriamente dito.

Dos indicados, preferia Ratatouille. Mas era evidente que não tinha qualquer chance.

Imagino que a tal de Diablo Cody se lança para o anonimato.

Melhor Documentário - Taxi to the Dark Side

Dos indicados só vi S.O.S. Saúde.

Achava que o favorito era No End in Sight.

Todos os concorrentes, de uma forma ou de outra, abordavam o conflito dos EUA no Iraque.

3 Horas

E eu que achava que a cerimônia estava rápida.

Já nos aproximamos das 3 horas de festa.

Para o ano que vem, eles podiam pensar a apresentação das canções e alguns dos diversos clipes que permeiam a noite.

Docs

Curta: Freeheld
Longa: Um Táxi para a Escuridão


Assisti ontem Um Táxi para a Escuridão. Em relação a Sicko, que era o único outro que eu vi dos indicados, é inferior.

Trilha Sonora

Dario Marianelli venceu por Desejo e Reparação. Era barbada. Mas o melhor trabalho dele ainda é o de Orgulho e Preconceito.

Melhor Trilha Sonora - Desejo e Reparação

Será o único Oscar de Desejo e Reparação.

Dizem que ela é intrusiva.

Vi o filme ontem. Gostei do tema de amor. E especialmente do tema da personagem da Briony Tallis, em que a música se assemelha à batida de uma máquina de escrever.

Quanto ao filme em si, já tendo lido o livro, achei-o bem fraco. Talvez o mais fraco entre os 5 indicados. Na verdade, era impossível repetir a qualidade do romance de Ian McEwan.

In Memorian

É minha impressão ou a Academia esqueceu de mostrar entre os falecidos do ano passado o Michelangelo Antonioni?

Ele morreu no mesmo dia que o Ingmar Bergman.

E o Bergman eu vi.

Melhor Fotografia - Sangue Negro

O Roger Deakins é um azarão mesmo.

Concorrendo duas vezes, conseguiu perder.

Sangue Negro já havia ganhado o prêmio do Sindicato.

De minha parte, acho o filme escuro demais, em certas cenas é quase impossível vermos os atores que estão na tela.

Em outros momentos, a textura do filme me lembra alguns filmes do Terrence Mallick.

Aleluia, Sangue Negro!

Robert Elswitt ganhou a estatueta de fotografia.
Mas a de O Assassinato de Jesse James (...) era realmente melhor.

E a Academia foi sensata novamente!

Deixaram a Marketa falar! Boa!

Melhor Canção Original - Once

Ao menos uma vez na vida a Academia foi sensata.

Bela canção. Além de quase todas as outras tocadas durante o filme.

Não deixem de comprar a trilha.

Once é o filme mais delicioso do ano.

Gente, gente!

Coração bateu mais forte, de novo!!!!


Aqui, vamos juntos?

I don't know you
But I want you
All the more for that
Words fall through me
And always fool me
And I can't react
And games that never amount
To more than they're meant
Will play themselves out

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you have a choice
You've made it now

Falling slowly, eyes that know me
And I can't go back
Moods that take me and erase me
And I'm painted black
You have suffered enough
And warred with yourself
It's time that you won

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now

Take this sinking boat and point it home
We've still got time
Raise your hopeful voice you had a choice
You've made it now
Falling slowly sing your melody
I'll sing along

Aniversário

Peço um minuto da atenção dos internautas.

Neste momento já passamos da meia-noite.

Hoje é dia 25 de fevereiro de 2008.

Aniversário deste blogueiro que vos fala.

Já ouço do outro lado da tela do computador os parabéns...

Obrigado a todos!

Melhor Filme Estrangeiro - Os Falsários

Não vi nenhum dos indicados.

Pergunta 1: qual deles é melhor que Tropa de Elite?

Pergunta 2: será que esse Os Falsários é melhor que O Ano que Meus Pais Saíram de Férias?

Filme em Língua Estrangeira

Dentre as cinco incógnitas (alguém viu algum? algum membro da Academia viu algum?), a estatueta foi para Os Falsários.


E 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias nem precisava disso, mesmo.

Faltam 10

Restam 10 prêmios.

Além de filme e direção, estou curioso para ver o vencedor na categoria de melhor fotografia e trilha sonora.

Para fotografia, meu palpite foi para Roger Deakins em O Assassinato de Jesse James (que não vi). Já para trilha sonora, votei em Desejo e Reparação.

Se se confirmar, serão os únicos prêmios que cada um desses filmes ganhará.

O melhor da piada da Halle Berry...

foi ou não foi a ausência da "atriz"?

Prêmio Honorário - Robert Boyle

Duvidosa a escolha da Academia para o prêmio honorário.

Nada contra o Robert Boyle. Sem dúvida, exímio em sua profissão de diretor de arte.

Mas quem, afinal de contas, é Robert Boyle?

Melhor Montagem - O Ultimato Bourne

Novamente achei que a Academia iria preferir um filme menos movimentado.

O Christopher Rouse foi indicado no ano passado por Vôo United 93, mas o Oscar foi para a Thelma Schoonmaker, por Os Inflitrados.

Nesse ano foi diferente.

Com isso, Bourne já totaliza 3 Oscars, mais até do que Onde os Fracos Não Têm Vez.

O filme dos Coen ganhará 4 Oscars, e olhe lá.

Mais um pr'O Ultimato Bourne

Montagem.

Falling Slowly

Linda, linda.

Melhor Atriz - Marion Cottilard

Era meu segundo palpite.

Achava que a Academia iria preferir a Julie Christie.

Na verdade, ambos os filmes - Longe Dela e Piaf - são apenas razoáveis. Longe Dela se sustenta bem nos primeiros 40 minutos. Depois despenca, fica repetivio. Piaf é um novelão sem fim.

Mas a interpretação da Marion é realmente o coração do filme.

Marion faz história. Acho que é a terceira vez que uma atriz/ator não-americana ganha o Oscar falando em sua língua original. As duas anteriores foram em 1961, com Sophia Loren (Duas Mulheres), e em 1998, com Roberto Benigni (A Vida é Bela).

Gente, gente!

A Marion ganhou. Ganhou. GANHOU!
Coração bateu mais forte.

Melhor Mixagem de Som - O Ultimato Bourne

Na minha época esse prêmio chamava-se apenas Melhor Som.

Venceu O Ultimato Bourne. Também era esperado.

Ainda tinha uma esperança que a Academia seria mais tradicional, preferindo um filme, digamos, mais comportado como Onde os Fracos Não Têm Vez.

O filme do Coen, então, só deve chegar a 5 Oscars.

Melhor Som

Outra de O Ultimato Bourne.

Melhor Efeitos Sonoros - O Ultimato Bourne

Não vi o filme.

Mas era um dos prováveis vencedores.

Nenhuma surpresa.

Edição de Som

Levou O Ultimato Bourne. Uma categoria difícil de prever. Ficou em boas mãos.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Pelo Andar da Carruagem

Onde os Fracos Não Têm Vez já levou 2 Oscars.

Se meus cálculos estiverem certos - e eles provavelmente não estão - o filme ainda leva mais 4 prêmios: filme, direção, montagem e som.

6 prêmios no total. Nada mal.

Mais uma canção de Encantada

Não é por nada não, mas não seria mais prático fazer um medley das três? Ou melhor, nem poderiam apresentar as canções. São tão ruins...

Ah, outra apresentação terrível. De praxe.

Melhor Roteiro Adaptado - Onde os Fracos Não Têm Vez

Dessa vez eu acertei.

E não vejo nada de errado na escolha.

Ainda mais pq comecei a ler a obra de Comarc McCarthy e estou achando o filme muito melhor.

Roteiro Adaptado

Foi para Onde os Fracos Não Têm Vez. Agora temos certeza quem leva filme.

Prêmios Técnicos

Será que a atriz que é escolhida para entregar os chamados prêmios técnicos - momento sempre brochante da cerimônia - é um sinal de prestígio do artista perante à indústria?

Jessica Alba foi a bola da vez.

Gente, avisa ao pessoal do Oscar que a Ruby Dee não venceu!

Ou aquele clipe com o Sidney Poitier era ao acaso?

Melhor Atriz Coadjuvante - Tilda Swinton

Outro palpite errado. Mesmo sem ver, chutei a Ruby Dee por sua vitória no SAG.

Mas essa categoria era a maior incógnita da noite. Qualquer uma podia vencer.

Não vi O Gângster, nem I´m Not There, nem Medo da Verdade.

Apenas ontem consegui ver Conduta de Risco. Um eficiente thriller. Nada mais.

A Tilda Swinton está bem, sem dúvida, mas não sei se era uma interpretação digna de Oscar.

Alguns críticos achavam que ela foi injustiçada ao não ser indicada por um filme chamado Até o Fim, que até hoje eu não vi.

Agora, que essa Tilda é uma figura estranha, sinistra, isso é!

Tilda Swinton levou!

No prêmio mais concorrido da noite, Swinton (vestida de saco de lixo) venceu! Merecido. E eu acertei!

Curta-metragens

Owen Wilson (oi, tá vivo?) apresentou os prêmios de curta-metragens.
De ficção, levou Le Mozart des Pickpockets.
De animação, o prêmio foi para Peter & The Wolf.

Não é por nada não...

...mas os fiéis levantando das cadeiras da igreja na canção de O Som do Coração foi outra bola fora. A música é bonitinha, mas a apresentação foi outro desastre.

O Som do Coração

Horror! Horror!

Que canção é essa?! De onde a Academia tira essas coisas??

Melhor teria sindo indicar as outras tantas que toca em Once.

Piada

Também funcionou a piada sobre a Cate Blanchett, brincando sobre sua versatilidade.

Boa.

Apressado

É minha impressão ou a cerimônia tá mais rápida que o normal?

Um prêmio atrás do outro e rigidez no tempo dos agradecimentos.

Assim vou dormir cedo.

Melhor Ator Coadjuvante - Javier Bardem

Não tinha como o Javier Bardem perder.

Não vi todos os concorrentes - Jesse James, Jogos do Poder e Na Natureza Selvagem - mas era a vez do espanhol.

Ele já era pra ter sido indicado por Mar Adentro, do Amenabar.

Um grande ator, sem dúvida.

Barbada

Javier Bardem levou ator coadjuvante.

Melhor Direção de Arte - Sweeney Tood

Errei outra.

Aqui foi um erro consciente.

Chutei Desejo e Reparação. Desconfio que esse filme vai sair sem levar nada.

Na verdade, podia dar qq um.

Não vi Sweeney Todd. Não posso comentar. Parece-me justo.

Dante Ferretti!

O mestre ganhou por Sweeney Todd. Não era o meu favorito, mas é genial.

Melhor Efeitos Visuais - A Bússola de Ouro

Errei mais uma.

Eu a torcida do Flamengo e do Corinthians achava que ia dar Transformers. O filme é bem ruim. Os efeitos, no entanto, são impressionantes.

Não vi A Bússola de Ouro. Não posso comentar.

A Bússola de Ouro?

Esse prêmio de efeitos visuais foi um erro.

Antes dos Comerciais

Gostei também dessa idéia - meio à la Harry e Sally - de, antes de a transmissão sair para os comerciais, entrevistar os vencedores do passado, exibindo trechos da entrega do respectivo prêmio.

Desencantada

Não vi Encantada.

Pela prévia da primeira canção, com a Amy Adams, acho que saí ganhando...

A canção de Once é cada vez mais favorita.

Amy Adams fingindo cantar...

... foi um horror. Dos piores musicais da história da cerimônia. Duh!

A Diferença dos Roteiristas

A piada do Jon Stewart sobre a experiência de ver Lawrence da Arábia num telefone celular foi boa.

"A fotografia é espetacular!"; "Melhor ver em widescreen!"; "O que aquilo? Ah! São alguns camelos."

Os roteiristas fazem uma diferença...

Maquiagem

Era de Piaf, não tinha mesmo como não ir...
Até agora, tô invicto.

Melhor Maquiagem - Piaf

Não sei pq o REF achou que Piaf não ganharia.

A concorrência era tão fraca e o trabalho de maquiagem do rosto da atriz Marion Cotillard é muito eficiente.

Agora, como a Academia conseguiu incluir Norbit entre os finalistas é um segredo que será levado para o túmulo.

Melhor Filme de Animação - Ratatouille

Essa categoria não tinha como errar.

Era uma das maiores barbadas da noite.

E um dos melhores filmes de 2007.

Nada nada, Ratatouille é bem melhor que os cinco finalistas.

Um nota sobre Persépolis. Um grande filme. Um dos melhores que serão exibidos no Brasil em 2008.

Mas contra Ratatouille, não tinha pra ninguém.

E animação foi para...

Ratatouille!
Brad Bird leva seu segundo Oscar.
Fantastique.

Melhor Figurino - Elizabeth

Primeiro Oscar da noite.

Melhor figurino.

Vencedor: Elizabeth - A Era de Ouro.

Achava que poderia dar Piaf. Não me pergunte pq. Descobri só agora que a indicada, Marit Allen, morreu em novembro de 2007.

Só eu mesmo pra achar que a Academia daria um Oscar póstumo e a um filme francês.

Comecei mal...

Figurinos foi pra ...

Elizabeth - A Era de Ouro!!! Acertei a primeira, hein?

Comentário do Tostes: "as figurinistas não deveriam estar bem vestidas?"

A Malvada - Em Cores

Enquanto estamos aqui, nos preparando para o Oscar, o Telecine Cult exibe A Malvada.

Em versão colorizada.

Na boa, não é que a técnica de colorização melhorou? Se antes os atores ficavam com caras de fantasmas, com as bochecas e as testas rosadas, agora vejo que isso não ocorre. É gozado ver Anne Baxter, Bette Davis, George Sanders e a Thelma Ritter nessa nova perspectiva.

Em tempo: gozado não quer dizer favorável. Por mais perfeita que esteja a colorização, acho essa idéia das mais estúpidas que alguém poderia ter.

Momento falcatrua

Tia, vai estapear quem hoje? Não perde a chance, a senhora pode concorrer ao Grammy!

Melhor sonoplastia, né?

Lançando moda

Day-Lewis, com duas argolinhas nas orelhas.

I drink your milkshake!

Clap clap

Laura, você pode até não ganhar o Oscar, mas linda como você até agora eu não vi...

A Safra de 2007 Foi Fraca

Deixando de lado o saudosismo, quero comentar rapidamente os cinco indicados desse ano.

Depois de conseguir ver todos apenas ontem à tarde, a conclusão que chego é que a safra de 2007 foi fraca.

Nenhum dos 5 indicados é execpional, daqueles que a gente sai do cinema e sabe que o que acabou de ver veio pra ficar.

Dos concorrentes, prefiro Onde os Fracos Não Têm Vez. Nunca fui fã dos irmãos Coen, por isso estou à vontade pra falar. Acho o melhor filme da dupla, incluindo Fargo. Reclamaram um pouco do final - ele é realmente um pouco abrupto demais - mas à medida que reflito sobre o filme, melhor ele fica. Um estudo sobre a violência que impera não apenas os EUA, mas a sociedade atual. O Josh Brolin interpretado o ordinary man, o Barden, o mal em pessoa, quase um anti-cristo, e o Tommy Lee Jones, como o Estado, a autoridade, incapaz de compreender a violência e a crueldade das pessoas. Comecei a ler o livro do Comarc McCarthy, e passei a gostar ainda mais do filme.

Sangue Negro me decepcionou muito. Não compreendo aquela maldade do personagem do DD Lewis, a falta de crença no mundo. O roteiro, acho que conscientemente, sonega qualquer informação do passado do Daniel Plainview. Não consegui me conectar a ele. Mesmo com aquela ambição desmedida, o uso oportunista do filho, eu queria me interessar por ele, torcer por ele. Não consegui. Comparado com Boogie Nights e Magnólia, Sangue Negro perde de longe. Nem mesmo o DD Lewis me impressionou tanto assim. No limite do caricato. O Paul Dano, que faz o pastor, me pareceu muito mais honesto, low-profile. Merecia ser indicado.

Desejo e Reparação sofre de um mal de origem. O livro no qual é baseado é simplesmente fenomenal. Um dos melhores que li recentemente e um dos poucos que me fez chorar. Ian McEwan é o cara!! Não havia como transpor aquele material para o cinema sem que alguma coisa se perdesse. Tvz o filme funcione para aqueles que não tenham lido o romance. Pra mim que li, tudo soou falso, apressado, não consegui me envolver com nada. O mais fraco entre os indicados.

Juno é o filme cool do momento. Uma comédia legal mas que não era pra tudo isso. O roteiro é tão repleto de citações pops, muitas delas relacionadas ao universo americano, que as perdemos na tradução. Do filme, gostei particularmente do casal vivido pelo Jason Bateman e Jennifer Garner. O drama daqueles personagens é algo muito mais próximo a mim, do que o de Juno. Toda a vez que aquele núcleo aparece, o filme cresce.

Conduta de Risco é um bom thriller. E só. Não sei como a Academia consegui indicá-lo a 7 Oscars. Gostei do George Clooney e da Tilda Swinton. Mas Tom Wilkinson tem um papel pequeno demais. Melhor que ele estava o Paul Dano, em Sangue Negro, ou o próprio Jason Bateman, em Juno. O roteiro tem suas qualidades, gostei da construção do personagem do Michael Clayton, seu vício pela jogatina, os problemas do seu irmão, o fato de ele ser divorciado etc. Mas 7 indicações é um exagero sem tamanhos.

É isso.

Ahn?

Tilda, aqui, veio concorrer com a Diablo, é?

Peguei um saco de lixo, pow!

Súditos...

... ajoelhem pra Rainha.

Marion, logo hoje?

Eu nunca tinha visto essa mulher mal vestida. Até hoje.


Ainda bem que vestido feio não tira voto, porque Cotillard não poderia se dar ao luxo. A briga deve ter sido feia...

Cara de Bunda

Não costumo gravar a cerimônia do Oscar pra vê-la depois. Mas até que valeria a pena. Poder rever com direito a replay e slow-motion, a cara de bunda dos atores e atrizes que saem derrotados, é algo que, com o perdão da crueldade, acho hilário. Pensando bem, cruel mesmo é a própria Academia ao colocar as famosas cinco telinhas, com a expressão de cada um dos concorrentes.

Assim, de cabeça, aquela que não escondeu nem um pouco sua raiva foi Lauren Bacall. Em 1996, ela era favorita ao Oscar de Atriz Coadjuvante por O Espelho Tem Duas Faces, da Barbra Streisand. Quando anunciaram o nome da Juliette Binoche, por O Paciente Inglês (aquele filme que, tal e qual 1968, nunca termina), ela quase se levanta pra dar um murro no apresentador.

Outras duas surpresas e, coincidentemente, na mesma categoria, foram em 1993, quando a Winona Ryder perdeu o Oscar para a Anna Paquin (esta concorrendo pelo chatinho O Piano e aquela por A Época da Inocência), e em 2000, na vitória de Marcia Gay Harden, por Pollock (que até hoje eu não vi), bateu a favorita Kate Hudson, por Quase Famosos. A cara das derrotadas dizia tudo.

Talvez tenha sido nesse momento que a Winona Ryder virou cleptomaníaca.

Quanto aos homens, lembro agora do Eddie Murphy, p. da vida ao ouvir o nome de Alan Arkin como o melhor ator coadjuvante de 2006.

No ano passado, lembro de uma cena bizarra durante a cerimônia dos Goya (cuja festa, com suas cores pra lá de exageradas e piadas mais do que sem graças, já é bizarra por si só). Aos prêmios principais concorriam Alatriste (que baixei, mas ainda não vi), Volver e O Labirinto do Fauno. Não sei em qual categoria - acho que era atriz revelação - uma das concorrentes, ciente da inevitável derrota, levou um câmera digital e, no momento do anúncio da vencedora, começou a filmar aquela que ela julgava seria a vencedora. E o pior é que ela acabou realmente acertando. Não foi um boa sacada?

Tradução Simultânea

Gostaria de saber quem a Globo colocará na função de tradutora simultânea.

Elizabeth Hart, a voz feminina tão conhecida de outros carnavais, faleceu no ano passado.

Independentemente da voz, se existe algo impossível de se fazer 100% é a tradução simultânea.

Por mais que se tente, o tradutor sempre estará atrasado. Sem contar as trombadas entre os próprios apresentadores.

E o momento /o\ da noite

Diablo, volte pra casa e troque de roupa.

Momento \o/ da noite

Sem comentários

Travolta

Eu JURAVA que o John Travolta iria pra festa travestido de Edna Turnblad. É, é isso que a Academia faz com a gente, quando não indica NEM uma cançãozinha de Hairspray...

Traveco, eu? Aqui minha esposa, ó...

Os Piores Melhores Atores do Oscar

Um dia, sem querer, descobri o blog de um tal de Edward Copeland, sobre quem não sei absolutamente nada.

Achei interessante umas enquetes que ele promoveu entre os internautas, aquelas coisas que o blogueiro é obrigado a fazer pra manter o blog atualizado.

Uma delas pede para o público votar nos 10 PIORES VENCEDORES COMO MELHOR ATOR. Eis a lista:

10. John Wayne (Bravura Indômita) e Denzel Washington (Dia de Treinamento)

09. Rex Harrison (Minha Bela Dama)

08. Cliff Robertson (Os Dois Mundos de Charly)

07. Jack Nicholson (Melhor é Impossível)

06. Charlton Heston (Ben-Hur) e Russell Crowe (Gladiador)

04. Dustin Hoffman (Rain Man)

03. Tom Hanks (Forrest Gump)

02. Al Pacino (Perfume de Mulher)

01. Robert Benigni (A Vida é Bela)

Sim, há um erro na contagem, mas dá pra entender o espírito da coisa.

Como a opinião popular vem sempre carregada de algum rancor ao filme, confio mais na lista do blogueiro, de apenas 5 nomes: David Niven (Vidas Separadas, 1958), Spencer Tracy (Marujo Intrépido, de 1937) e Paul Lukas (Horas de Tormenta, 1943).

Humildemente, acrescento alguns nomes:

1. Robert Duvall (A Força do Carinho, 1983) - alguém lembra desse filme?
2. Tom Hanks (Filadélfia, 1993) - ele não era o melhor ator nem mesmo do próprio filme
3. Ernest Borgnine (Marty, 1955) - nunca entendi o que Academia viu nele e no filme.
4. Rod Steiger (No Calor da Noite, 1967) - um dos maiores equívocos do Oscar.
5. Jose Ferrer (Cyrano de Bergerac, 1950) - José quem?
6. Ronald Colman (Fatalidade, 1947) - um excelente ator num papel menor.
7. Adrien Brody (O Pianista, 2002) - até o Nicolas Cage (!!) estava melhor.
8. Jack Lemmon (Sonhos do Passado, 1973) - outro ator inigualável, em um filme menor.
9. Art Carney (Harry, 1974) - a Academia podia escolher entre Al Pacino e Jack Nicholson
10. Richard Dreyfuss (A Garota do Adeus, 1977) - de novo, um ator bom por um filme médio.

E vamos parando por aqui pq esse post não teria fim...

Mais uma pra canção

Essa é a atriz Kristin Chenoweth, ainda não muito conhecida pelo público de cinema. Ela é uma grande atriz da Broadway, estava recentemente fazendo Wicked, e é a melhor personagem da melhor série de TV americana atualmente, Pushing Daisies. No seriado, ela já tinha mostrado que sabia cantar numa cena maravilhosa, e hoje a noite vai cantar uma das músicas de Encantada. A Amy Adams vai cantar a outra. A pergunta que não quer calar: Por que a Amy não vai cantar as duas???





Eles chegaram!

Glen Hansard e Marketa Irglova já estão lá! Não vejo a hora deles entrarem no palco...

"I don't know you, But I want you"

George Clooney

Sério agora, o Michael Clayton George Clooney acabou de chegar. Mas pra quê tão cedo?

Pra tomar uns goró, claro!

Palpites e decepções

Noite de Oscar, e só agora vou postar minhas apostas... Não consegui assistir tudo que queria, que podia, que devia, mas agora tem que arriscar o palpite. Eu já fui muito mais ansioso com isso. Como bom cinéfilo que cresceu com Hollywood pra só depois descobrir as maravilhas do cinema independente e fora do esquema de estúdio, durante muito tempo essa foi minha principal vitrine pra arte supostamente de qualidade. Hoje em dia, fico um pouco frustrado. Dificilmente ganha quem eu quero, e sou o tipo de pessoa que não entende muito bem como as pessoas não conseguem ver o brilhantismo que eu vejo e vice e versa. E num ano de obras primas como Sangue Negro, e atuações fenomenais, acho que estou fadado a acabar a noite desapontado.

Enfim, seguem as previsões.

Melhor Filme: Onde os Fracos Não Têm Vez (Se o mundo fosse justo e belo, seria Sangue Negro)
Melhor Direção: Joel e Ethan Coen (Paul Thomas Anderson é um gênio)
Melor Ator: Daniel Day-Lewis (ninguém vive só de decepções)
Melhor Atriz: Marion Cotillard (Ela teve uma das melhores atuações que eu já vi)
Melhor Ator Coadjuvante: Javier Bardem (Ele merece. Há muito tempo.)
Melhor Atriz Coadjuvante: Tilda Swinton (Ela merece)
Melhor Roteiro Original: Juno
Melhor Roteiro Adaptado: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Fotografia: Sangue Negro
Melhor Montagem: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Direção de Arte: Sweeney Todd
Melhor Figurino: Desejo e Reparação (Um vestido verde que merece um Oscar)
Melhor Som: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Edição de Som: O Ultimato Bourne
Melhor Efeitos Visuais: Transformers
Melhor Trilha Sonora: Sangue Negro
Melhor Canção: Once
Melhor Desenho: Ratatouille
Melhor Filme Estrangeiro: Os Falsários (Áustria)

E que vença o melhor...

Revistas Cinemin e Tudo Sobre o Oscar

Os mais novos não devem lembrar da Revista Cinemin.

Os responsáveis eram os críticos cariocas Fernando Albagli (já falecido), A. C. Gomes de Mattos (em plena ativa, publicando novos livros de cinema a cada ano) e Sérgio Leeman (que eu saiba, morando em Lisboa, tocando a programação do Telecine de lá). A revista sofria com a falta de estrutura, tinha uma periodicidade variada (os assinantes não tinha muita certeza de quando a receberiam em suas casas) e era toda em preto-e-branco (com exceção da capa). Sua única concorrente era a SET (que ainda circula) e a Video News (já extinta). Mas a primeira era voltada para produções mais comerciais e a segunda conciliava matérias sobre cinema e novas tecnologias de áudio e som. Para os que curtiam o cinema americano clássico, aquele entre os anos 30-50, a Cinemin era o melhor veículo.

Em tempos de Oscar, é sempre bom recordar no melhor guia que passou pela minhas mãos sobre o assunto. Trata-se de TUDO SOBRE O OSCAR, de autoria apenas do Fernando Albagli. Lembra sua capa dura azul, repleta de biografias, dados históricos, citações, fotos. Verdadeira fonte inesgotável de pesquisa. De tanto consultá-lo, a brochura se soltou. Imagino o trabalho que deve ter dado para a obtenção de todos - TODOS MESMO!! - os vencedores e indicados a cada uma das categorias do Oscar, ainda mais se lembrarmos que na época (acho que era por volta de 1989 e 1993, já que eu estava na faculdade), não havia a facilidade proporcionada pela internet.

Acho que existem edições mais recentes disponíveis para a compra. Quem tiver curiosidade, não perca a oportunidade de conhecer essa publicação específica sobre o Oscar, bem como as edições da Revista Cinemin.

Em tempo: outra publicação do Albagli (não me lembro se em parceria com o A.C. Mattos ou com o Leeman) é um livro sobre a trinca John Huston, Fred Zinnemann e Ernst Lubitsch. Lembro da capa amela. Embora hoje eu possa achar discutível o três diretores escolhidos, a leitura desses textos é obrigatória.

Infelizmente, como cinéfilo irresponsável que era (ou sou?), todas essas revistas e livros (com exceção do TUDO SOBRE O OSCAR) se perderam no tempo. Quem sabe eu as acho em algum sebo vitual...

Já começamos...

Gente, e não é que a primeira grande personalidade já passou pelo tapete vermelho? Ele mesmo, o filho do Walter Mercado Steven Cojocaru. Dá uma olhada:

Ligue djá!

O Primeiro Oscar

A primeira cerimônia dos Oscars a gente nunca esquece.

Minha estréia foi em 1987, quando O Último Imperador papou 9 Oscars.

Lembro que naquele ano os outro quatro indicados eram O Feitiço da Lua, Esperança e Glória, Atração Fatal e Nos Bastidores da Notícia.

Não sou fã de nenhum deles. Acho que nem mesmo se os revisse, um a um, minha opinião mudaria.

Lembro que naquele ano meu filme de cabeceira era Os Intocáveis, do meu primeiro ídolo no cinema: Brian De Palma. Não concebia como um filme daqueles não era indicado ao Oscar de melhor filme. Via e revia Os Intocáveis dezenas de vezes. Na época, as locadoras dividiam suas prateleiras em filmes "selados", que eram os oficiais, e os piratas. Nem bem tinha saído no cinema, Os Intocáveis já tinha disponível pra locação. Alugava-o repetidas vezes. Hoje, 20 anos depois, vejo que o filme nem era tudo isso (ainda que se mantenha como um dos melhores do diretor), e que o De Palma tbém parece ter entrada num declínio sem volta.

Lembro do Sean Connery se apresentando: "My name is Connery, Sean Connery". Minutos depois, ele ganharia o Oscar de melhor ator coadjuvante.

Lembro de Viagem Insólita ganhando o de melhor efeitos visuais (na época, efeitos visuais). O filme era da época que o Joe Dante ainda não tinha se aposentado.

Lembro de alguns nomes da equipe técnica de O Último Imperador, subindo ao palco, um a um, dominando a premiação de cabo a rabo. Vittorio Storaro, na fotografia; Ferdinando Scarfiotti, no desenho de produção; Ryuchi Sakamoto, na trilha; Gabriella Pescucci, no figurino (esse nome eu não tenho tanta certeza assim); e finalmente, Bertolucci, pela direção.

Lembro de Eddie Murphy apresentando o Oscar de melhor filme e cometendo a gafe de esquecer de anunciar O Feitiço da Lua entre os cinco finalistas. A cara de decepção dos produtores sentados na platéia dizia tudo...

Sei lá pq acompanho os Oscars. A festa é longa, vou dormir tarde e passo o dia com sono. No ano seguinte, passada toda a badalação do momento (hype, como preferem alguns), eu tento entender como cinco filmes não tão bons assim conseguiram emplacar suas indicações.

Nunca consigo encontrar uma resposta. E, mesmo assim, tô lá eu, todo ano, ligado na TV, vendo o bendito Oscar.

Primeiro Post

Bom galera, tá na hora de eu tbém estrear no blog.

O assunto é aquele mesmo que vcs estão pensando: Oscars.

Como a entrega é hj à noite, ainda dá tempo pra alguns palpites.

Então vamos lá:

Melhor Filme: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Direção: Joel e Ethan Coen
Melor Ator: Daniel Day-Lewis (uma das maiores barbadas da noite)
Melhor Atriz: Julie Christie
Melhor Ator Coadjuvante: Javier Bardem (outra barbada)
Melhor Atriz Coadjuvante: Ruby Dee (categoria das mais difíceis)
Melhor Roteiro Original: Juno (barbada)
Melhor Roteiro Adaptado: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Fotografia: O Assassinato de Jesse James
Melhor Montagem: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Direção de Arte: Desejo e Reparação
Melhor Figurino: Piaf
Melhor Som: Onde os Fracos Não Têm Vez
Melhor Efeitos Sonoros: O Ultimato Bourne
Melhor Efeitos Visuais: Transformers
Melhor Trilha Sonora: Desejo e Reparação
Melhor Canção: Once
Melhor Desenho: Ratatouille
Melhor Filme Estrangeiro: Os Falsários (Áustria)

Devo errar quase tudo. Pior é que apostei num bolão com amigos do escritório.

É provável que eu tenha que pagar uma pizza a eles...

O fenômeno indie

Muita gente se surpreendeu quando, espremido entre as canções de Encantada, surgiu o nome Once lá nas indicações do Oscar de melhor canção do ano. A música? A belíssima "Falling Slowly", que pode ser conferida em alguns posts abaixo.

Mas o burburinho sobre o filme e suas canções já era conhecido entre os cinéfilos mais antenados. Afinal, o pequeno filme irlandês já vinha abocanhando vários prêmios importantes, e pode ter seu auge hoje à noite, quando for entregue o Oscar. Ontem mesmo o filme venceu o Spirit Awards de melhor filme estrangeiro, vencendo grandes como Persépolis, 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias e Lady Chatterley.

Com o currículo de ter sido indicado também a dois Grammys, ter ganhado um prêmio em Sundance e ter sua trilha escolhida a melhor do ano pela prestigiada Associação de Chicago (quem manda lá é o Roger Ebert!), Once é uma gema que precisa ser comprada por alguma distribuidora brasileira e ser descoberta pelo público brasileiro.

Abaixo, o impactante trecho inicial do filme, com Glen Hansard (amigo do Damien Rice, oi?) cantando "Say it to Me", outra belíssima canção que não faria nada mal estar lá hoje à noite também.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

E a previsão do tempo é de...

... chuva amanhã durante a cerimônia de entrega dos Oscar. O povo já tá todo alvoroçado, já pensando que São Pedro poderá estragar aquela maquiagem lindíssima ou aquele cabelão todo cheio de laquê.

Enquanto isso, tem gente que já até comprou o guarda-chuva, mas acabou não sendo convidada para a festa.

Grrrr!

Supervalorizados

Dentre os cineastas supervalorizados, ou seja, aqueles que um punhado de gente adora, mas eu não vejo nada demais, estão os irmãos Coen. Nunca entendi como eles ganharam três prêmios em Cannes por filmes tão bobos como Barton Fink – Delírios de Hollywood.

Um amigo tem uma teoria racista, diz que é lobby judeu, que eles só fazem o sucesso que fazem por conta dos judeus que dominam parte da imprensa cultural americana. Sim, o dinheiro está sempre presente nos seus filmes, uma obsessão. Com Woody Allen em baixa, apostaram nos Coen, com a "vantagem" de não serem intelectuais.

Mas o que me incomoda mesmo é o tal humor “macho-caipira” deles, que adoram posar para fotos com enormes chapelões de caubói, sempre a desdenhar os prêmios que ganham. As mulheres em seus filmes ou são santas ou putas; os filmes estão sempre no limite do machismo. O humor não é grosseiro, mas também não tem elegância e nenhuma sofisticação, só uma pretensa inteligência que, a meu ver, nunca se realiza ou não é nunca brilhante, mas medíocre.

Não vi nem tenho intenção de ver Onde os fracos não têm vez, mas, pelo que li na imprensa séria, deve ser mais um filme supervalorizado dos Coen. Salvo alguns momentos de Fargo, o resto é, na minha opinião, médio para baixo.

Lohan é premiada

A musa do blog acabou de receber o Framboesa de Ouro. Estamos orgulhosos, Lindsay! Agora é partir pro trago pra comemorar!


I said no, no, no

Canções

Eis as cinco canções indicadas ao Oscar:

"Falling Slowly" (Once)



"Happy Working Song" (Encantada)



"Raise it Up" (O Som do Coração)



"That's How You Know" (Encantada)



"So Close" (Encantada)



Qual a sua preferência? Comente!

Do Demetrius

Ao ler os posts do Oscar, nosso amigo solta mais uma de suas já famosas pérolas:

- Ah, você também é Cotillard. Não vi o filme, não aguentaria mais uma cinebiografia. Não depois daquele lixo de Johnny & Reese Witherspoon.


Bom saber que o frio canadense em nada mudou o humor do nosso baixinho...

There will be Oscars

Esse vídeo é sensacional. E não é que o David Spade sabe ser engraçado?

Oscar, oscar, oscar - Parte II

Continuando com as previsões, Roteiro Adaptado já foi comentado no texto anterior. Quem levar a estatueta de filme, leva essa. É uma categoria bipolar, pois tirando Sangue Negro e Onde os Fracos Não Têm Vez, os três demais têm várias deficiências narrativas. Já roteiro original, o mais fraco deles vai levar: Juno, a sensação do ano, o indie do ano e a porcaria superestimada do ano - ok, não é porcaria, mas tenho implicância com o hype e a mediocridade do filme. Dos que assisti, o prêmio cairia fácil nos colos da galera da Pixar. Mas estou ultracurioso com a boneca inflável do Lars e do relacionamento entre irmãos de A Família Savage.

Fotografia é outra categoria dificílima de se prever qualquer coisa. Excetuando-se Desejo e Reparação, todos os outros são bons demais da conta. Meu voto vai pra atmosfera crua criada por Robert Elswitt para Sangue Negro. Mas deve dar mesmo Roger Deakins pelo filme do Coen - se ele não dividir muito os votos com ele mesmo no Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford, também um belíssimo trabalho, melhor até que em Onde os Fracos Não Têm Vez.

A categoria montagem / edição é a mais diversificada: tem a agilidade de cortes de O Ultimato Bourne, a discrição de Sangue Negro, a criação sensorial de O Escafandro e a Borboleta, a montagem de ruptura do filme dos Coen e a relação de memória e ação de Na Natureza Selvagem. Todos os indicados aqui são mais que merecidos (ok, eu arranjaria espaço pra Ratatouille). Não faço idéia de quem vá ganhar, mas como menos é mais, meu voto iria para Sangue Negro.

Direção de Arte é outra que Sangue Negro deve ganhar (Jack Fisk!), mas Dante Ferretti e a criação ultraromântica de Sweeney Todd não é de se descartar. Desejo e Reparação corre por fora. Figurinos, se o mundo fosse justo, iria pra Elizabeth: A Era de Ouro, mas Desejo e Reparação leva, provavelmente. Mas é uma categoria que nem eu, nem os votantes da Academia, estão aptos a julgar! Já maquiagem Piaf - Um Hino ao Amor é tiro certo.

A melhor canção do ano não foi indicada: Guaranteed, do Eddie Vedder para Na Natureza Selvagem. Ok, não foi indicada merecidamente, porque passa nos créditos e a gente sempre reclama de canções indicadas que passam em créditos. Mas se a estatueta cair nos colos de Glen Hansard e Marketa Irglova, o casal mais fofo dos últimos tempos em Once, vai ser de ótimo tamanho. A música é linda e tem tudo a ver com o filme. Enquanto isso, temos três canções débeis de Encantada... Em trilha sonora, outra barbada: Dario Marianelli vencerá por Desejo e Reparação - a estatueta já devia ter sido entregue a ele dois anos atrás pela superior e magnífica trilha de Orgulho e Preconceito. O meu voto seria para Marco Beltrami pela trilha de pegada de Os Indomáveis, mas parece que só eu penso isso.

As categorias de som são incógnitas, afinal nem eu nem os votantes da Academia (de novo!) somos capazes de julgar. Gosto muito do som de Transformers, mas o filme só vai levar mesmo Efeitos Visuais (outra barbada). Esses prêmios devem ir pro filme dos Coen.

A estatueta de melhor animação eu nem vou dizer pra quem torço e quem vai ganhar, é fato consumado. Mas Persépolis é uma delícia, não percam de jeito algum. Filme estrangeiro eu não assisti a nenhum ainda (mas deverei ver algo até a premiação e comento aqui). É outra categoria incógnita, como todos os anos, logo mais que o belíssimo 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias ficou de fora, uma das grandes injustiças do ano. E não me venham dizer que o filme argentino, quer dizer, brasileiro, O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias merecia estar aqui...

Documentário vai ser uma briga ferrenha. Michael Moore em seu filme mais fraco nunca deve ser dispensado, mas parece que o Um Táxi para a Escuridão é muito bom. Vou assistir hoje e você também deveria... vai passar no canal Futura às 23:30.

E quanto aos curta-metragens, não vi nenhum. E nem tenho notícias sobre...

Oscar, oscar, oscar - Parte I

É, para a galera cinéfila não tem outro assunto mesmo que não seja os Academy Awards. Mesmo para aqueles que adoram desdenhar. Claro que Oscar não é parâmetro nenhum de qualidade, todo aquele blá blá blá que todos nós já sabemos. Mas é algo divertido fazer as apostas, ver com voracidade os indicados, escolher os melhores e, nos bolões, colocar outros nomes porque a gente sabe como a Academia é.

Se o mundo fosse justo (a minha justiça, claro), os indicados a melhor filme seriam outros: Ratatouille - o melhor filme do ano passado, Sangue Negro, Onde os Fracos Não Têm Vez, Na Natureza Selvagem e I'm Not There (que não estreou aqui ainda). Mas eu ainda não sou votante da Academia (haha) e coisas como Juno estão lá. Dos indicados, Sangue Negro é o melhor, cinema puro, experimental, ducaralho. Mas parece que o terreno firme dos irmãos Coen é que vai levar a estatueta. Mas a torcida é grande. Afinal, PT Anderson não só criou uma obra-prima como também é daqueles cineastas que a gente se espelha sempre - poxa, o cara é dono de Magnólia, aquela coisa que faz meu coraçãozinho cinéfilo bater mais forte.

Algo que eu estou apostando esse ano é que quem levar filme (e por conseqüência, roteiro adaptado), não leva diretor - caso clássico da política de compensação da Academia. Portanto, se minha aposta de filme vai pra Onde os Fracos Não Têm Vez, PT Anderson leva diretor. E é o melhor mesmo, vai...

No caso de ator, é barbadaça: Daniel Day-Lewis, o melhor ator em atividade, vai levar com sobras. Se bobear, vai ganhar todos os quase 6.000 votos dos membros votantes. Melhor atriz é páreo duro entre duas grandes atuações: Julie Christie está irrepreensível como a mulher que sofre de mal de Alzheimer em Longe Dela, mas a belezura Marion Cotillard encarna - no sentido literal - a protagonista de Piaf - Um Hino ao Amor. Mas Cotillard provavelmente perderá porque, além de ser francesa, está num filme muito aquém a Longe Dela. Uma pena.

Ator coadjuvante é outra barbada: se Javier Bardem perder o Oscar, será uma grande surpresa. Na verdade, ele é protagonista do filme dos Coen, mas como é também antagonista, foi jogado pra cá. Se estivesse na categoria principal, bateria de frente com Day-Lewis, e a briga seria boa. Já na categoria atriz coadjuvante a briga está ferrenha entre as quatro - porque Saoirse Ronan, só por ter sido indicada, já tá de bom tamanho. A Ruby Dee, felizarda, ganhou a indicação por ter dado um tapa na cara do Denzel Washington. Bom, até eu teria dado um tapa na cara dele naquele filme, pela quantidade de tiques que ele têm no filme todo. A velhinha é a indicação absurda do ano, mas é querida pelos atores (como bem o Régis disse pra mim esses dias) e levou o prêmio do Sindicato. A desconhecida Amy Ryan foi aquela que mais ganhou prêmios na temporada, mas é uma atuação nonsense. As melhores mesmo são Tilda Swinton, a minha favorita, por estar bem no Conduta de Risco, como sempre aliás, e por ser a única chance real do filme levar alguma coisa. Mas é uma atriz fria. E a melhor, Cate Dylon Blanchett, que talvez não leve por a) ter vencido a mesma categoria três anos atrás e b) por ser o tipo de filme e atuação que a Academia não gosta muito.

Continua...

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Plim plim

É um absurdo como a Rede Globo trata seus espectadores. Novamente não deverá mostar a primeira hora da cerimônia do Oscar para apresentar o big bosta. E quem não tem tv paga? Framboesa de Ouro pra eles.

Apresentações

Olá povo!

Eis nosso primeiro post, e o parto é sempre mais difícil. Para começar, quem vai cuidar desse espaço aqui são todos os nossos velhos conhecidos editores e colaboradores do Cine Players, claro. Das caras novas, já vou-lhes apresentando: Felipe Tostes e Carlos Nórcia, pessoal das boas, tudo manjador de cinema, como era de se esperar.

Será o nosso espaço livre de idéias, onde conversaremos sobre filmes, trailers, premiações, Lindsay Lohan e otras cositas más. Numa linguagem mais informal, mais próxima do leitor e da internet. Com o tempo, vamos aprimorando para que este espaço fique com a nossa cara.

Abraços a todos!