domingo, 24 de fevereiro de 2008

O Primeiro Oscar

A primeira cerimônia dos Oscars a gente nunca esquece.

Minha estréia foi em 1987, quando O Último Imperador papou 9 Oscars.

Lembro que naquele ano os outro quatro indicados eram O Feitiço da Lua, Esperança e Glória, Atração Fatal e Nos Bastidores da Notícia.

Não sou fã de nenhum deles. Acho que nem mesmo se os revisse, um a um, minha opinião mudaria.

Lembro que naquele ano meu filme de cabeceira era Os Intocáveis, do meu primeiro ídolo no cinema: Brian De Palma. Não concebia como um filme daqueles não era indicado ao Oscar de melhor filme. Via e revia Os Intocáveis dezenas de vezes. Na época, as locadoras dividiam suas prateleiras em filmes "selados", que eram os oficiais, e os piratas. Nem bem tinha saído no cinema, Os Intocáveis já tinha disponível pra locação. Alugava-o repetidas vezes. Hoje, 20 anos depois, vejo que o filme nem era tudo isso (ainda que se mantenha como um dos melhores do diretor), e que o De Palma tbém parece ter entrada num declínio sem volta.

Lembro do Sean Connery se apresentando: "My name is Connery, Sean Connery". Minutos depois, ele ganharia o Oscar de melhor ator coadjuvante.

Lembro de Viagem Insólita ganhando o de melhor efeitos visuais (na época, efeitos visuais). O filme era da época que o Joe Dante ainda não tinha se aposentado.

Lembro de alguns nomes da equipe técnica de O Último Imperador, subindo ao palco, um a um, dominando a premiação de cabo a rabo. Vittorio Storaro, na fotografia; Ferdinando Scarfiotti, no desenho de produção; Ryuchi Sakamoto, na trilha; Gabriella Pescucci, no figurino (esse nome eu não tenho tanta certeza assim); e finalmente, Bertolucci, pela direção.

Lembro de Eddie Murphy apresentando o Oscar de melhor filme e cometendo a gafe de esquecer de anunciar O Feitiço da Lua entre os cinco finalistas. A cara de decepção dos produtores sentados na platéia dizia tudo...

Sei lá pq acompanho os Oscars. A festa é longa, vou dormir tarde e passo o dia com sono. No ano seguinte, passada toda a badalação do momento (hype, como preferem alguns), eu tento entender como cinco filmes não tão bons assim conseguiram emplacar suas indicações.

Nunca consigo encontrar uma resposta. E, mesmo assim, tô lá eu, todo ano, ligado na TV, vendo o bendito Oscar.

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