Não costumo gravar a cerimônia do Oscar pra vê-la depois. Mas até que valeria a pena. Poder rever com direito a replay e slow-motion, a cara de bunda dos atores e atrizes que saem derrotados, é algo que, com o perdão da crueldade, acho hilário. Pensando bem, cruel mesmo é a própria Academia ao colocar as famosas cinco telinhas, com a expressão de cada um dos concorrentes.
Assim, de cabeça, aquela que não escondeu nem um pouco sua raiva foi Lauren Bacall. Em 1996, ela era favorita ao Oscar de Atriz Coadjuvante por O Espelho Tem Duas Faces, da Barbra Streisand. Quando anunciaram o nome da Juliette Binoche, por O Paciente Inglês (aquele filme que, tal e qual 1968, nunca termina), ela quase se levanta pra dar um murro no apresentador.
Outras duas surpresas e, coincidentemente, na mesma categoria, foram em 1993, quando a Winona Ryder perdeu o Oscar para a Anna Paquin (esta concorrendo pelo chatinho O Piano e aquela por A Época da Inocência), e em 2000, na vitória de Marcia Gay Harden, por Pollock (que até hoje eu não vi), bateu a favorita Kate Hudson, por Quase Famosos. A cara das derrotadas dizia tudo.
Talvez tenha sido nesse momento que a Winona Ryder virou cleptomaníaca.
Quanto aos homens, lembro agora do Eddie Murphy, p. da vida ao ouvir o nome de Alan Arkin como o melhor ator coadjuvante de 2006.
No ano passado, lembro de uma cena bizarra durante a cerimônia dos Goya (cuja festa, com suas cores pra lá de exageradas e piadas mais do que sem graças, já é bizarra por si só). Aos prêmios principais concorriam Alatriste (que baixei, mas ainda não vi), Volver e O Labirinto do Fauno. Não sei em qual categoria - acho que era atriz revelação - uma das concorrentes, ciente da inevitável derrota, levou um câmera digital e, no momento do anúncio da vencedora, começou a filmar aquela que ela julgava seria a vencedora. E o pior é que ela acabou realmente acertando. Não foi um boa sacada?
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