segunda-feira, 28 de abril de 2008

Trick or treat?


Ninguém ainda sabe se é verdade, mas a bomba que explodiu hoje em todos os veículos de comunicação é que a Fox estaria preparando mais um Velocidade Máxima. O estúdio nega, mas já existem sites sobre, inclusive com uma imagem promocional de Sandra Bullock dentro de uma... nave espacial!


Como se bizarrice pouca é bobagem, Dennis Hopper parece que está no longa (peraí, ele não tinha morrido lá no primeiro filme?). Para completar a festa do monstro maluco, só falta Keanu Reeves e Jason Patric aparecerem como um casal gay e Jan de Bont ser ressuscitado.


É mole?

sábado, 26 de abril de 2008

Muito Além do Jardim

Filmaço. É impressionante as proporções que as coisas tomam, hehe, mesmo que não seja tão real. Peter Sellers formidável, nem dá para imaginar a mesma pessoa de Dr. Fantástico.

E vocês? O que andam vendo?

Vácuo criativo

Como os leitores já devem ter percebido, Cine Players está atualmente passando por um vácuo criativo em termos de criação de conteúdo crítico. Acontece!

Como contraponto, na semana passada batemos nosso recorde diário de visitantes, motivo que mostra que o site continua crescendo às pampas.

Em breve provavelmente (e note o negrito) teremos novas vagas para editores sendo abertas. Fique ligado! As informações estarão disponíveis na capa do site.


quarta-feira, 16 de abril de 2008

A famigerada década de 80 (um comentário)

Não é engraçado ver que o Demetrius só citou filmes estadunidenses? Confesso que não entendi nada.


Esses adolescentes...



Correção: antes que alguém me espinafre, sei que tem títulos ingleses ali também, mas vocês entenderam o que eu quis dizer.

sábado, 12 de abril de 2008

A famigerada década de 80

Conversando com os muitíssimo bem informados adolescentes que lêem o Cineplayers (impressionante o quanto essa garotada entende de cinema!), estou revendo minha posição sobre a década de 80. Escrevi que, fora Blade Runner e Amadeus, o resto da produção cinematográfica da “década perdida” podia ser jogado fora.

Três garotos me fizeram ver que alguns filmes do Woody Allen valeram a pena e, em especial, as obras de Lawrence Kasdan, como O Turista Acidental, grande filme – dele, eu ainda prefiro O Reencontro e Grand Canyon- Ansiedade de uma Geração – não são de se jogar fora. E não são mesmo.

O Turista Acidental é de 88 e concorreu ao Oscar junto com o excelente Ligações Perigosas, outro grande filme. De 1980, tem Touro Indomável e O Homem Elefante, filmes que considero medianos.

De 1981, Os Caçadores da Arca Perdida.

De 1982, E.T. – O Extraterrestre e Tootsie.

De 1983, Os Eleitos.

Em 1984, além do citado Amadeus, há Passagem para a Índia, excelente também.

Em 1985 tivemos A Cor Púrpura, O Beijo da Mulher Aranha.

Em 1986, Hannah e suas Irmãs, Platoon e Uma Janela para o Amor.

Em 1987, O Último Imperador, filme menor de Bernardo Bertolucci.

Charlton Heston

Um último comentário sobre a morte de Charlton Heston.

Perguntaram certa vez à pensadora e feminista Simone de Beauvoir se ela via os épicos bíblicos e ela, atéia confessa, disse que sim, claro, "para ver as pernas dos centuriões romanos".

Para tanto, ela se sentava logo nas primeiras filas dos cinemas.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Os premiados no É Tudo Verdade:

Competição Internacional
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Longa/Média Metragem
Melhor Documentário - Cosmonauta Polyakov, de Dana Ranga (Alemanha)

Curta-metragem
Melhor Documentário - Apenas Um Odor, de Maher Abi Samra (Líbano)



Competição Brasileira
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Longa ou Média Metragem
Melhor Documentário Prêmio CPFL Energia É Tudo Verdade “Janela para o Contemporâneo” - Pan-Cinema Permanente, de Carlos Nader
Menção Honrosa - Simonal – Ninguém Sabe o Duro Que Dei, de Claudio Manuel, Micael Langer e Calvito Leal
Menção Honrosa - O Aborto dos Outros, de Carla Gallo

Curta-Metragem
Melhor Documentário - Remo Usai – Um Músico Para o Cinema, de Bernardo Uzeda
Menção Honrosa - Dossiê Rê Bordosa, de César Cabral


sexta-feira, 4 de abril de 2008

Versão 2.4.0 a todo vapor

O desenvolvimento da versão 2.4.0 do site está indo de vento-em-popa. O prazo de final de maio vai se cumprir (se não surgir nenhuma calamidade pública, é claro), e todas as novidades prometidas anteriormente vão ser entregues. Já temos uma lista muito grande de sugestões para as futuras versões do site, que incluem, entre outras coisas:

- séries televisivas;
- top de palavras-chave (as mais populares);
- avatares pré-definidos para os usuários do site (além do já tradicional "homem sombra", vamos incluir outras opções);
- cadastro de conteúdo pelos usuários;
- cobertura de bilheterias;
- lista "quero assistir", que possibilita ao usuário criar um cadastro dos filmes que deseja ver.

Há muito mais do que isso que está listado aí em cima, mas vamos por partes. Antes, porém, aproveitem a versão 2.3.1 que já é completíssima e curtam as prometidas novidades para a próxima versão. Quem ama cinema, agradece.

Update 06/04/2008: como já devem ter percebido, apenas um dia depois do post a versão foi lançada. Realmente foi rápido. Agora é voltar ao trabalho normal do site, o que inclui novas críticas, atender alguns pedidos de fichas de leitores, atualizar fichas sob solicitação de leitores, etc. Boa leitura!

É Tudo Verdade: último post.

Mostra Competitiva – Longas:

Cosmonauta Polyakov (Cosmonaut Polyakov. Dana Ranga, 2007)

Polyakov é um russo e foi o homem que mais tempo passou ao redor da terra. Grande conhecedor das minúcias da vida no espaço, o filme é uma entrevista didática em que ele nos conta e mostra o lado bom e ruim de ser astronauta. O processo probatório, o dia-a-dia no espaço, as conseqüências da falta de gravidade e radiação para o corpo humano, a experiência de comunhão com os outros tripulantes, vivendo em conjunto por tanto tempo, e sua família em terra, são tópicos do documentário. Com uma inocência infantil, Polyakov se emociona quando lembra que estar no espaço foi uma das mais felizes coisas que realizou durante a vida. Um pequeno diferencial no curso normal dos documentários é que durante a entrevista, víamos também uma sessão de fotos com o astronauta russo, e posteriormente algumas manipulações dessas imagens.

Vivendo hoje de treinar e estudar as possibilidades de viagens tripuladas à superfície de Marte, ele revela que existem homens que nascem para exercer esse papel maior e anularem-se em prol de algo mais valioso no curso da história das sociedades. Pelo menos Polyakov pode dizer que cumpriu seu papel.

Mostra Restrospectiva do Documentário Experimental Brasileiro:

Semi-Ótica (Antonio Manuel, 1973)

Utilizando fotos de crimes e de alguns homens comuns, o documentarista cria uma pequena ficha que propõe novas identidades aos fotografados, inserindo-os em novos contextos sociais que não os deles, inclusive alterando a catalogação da cor de suas peles, ou mesmo o sexo. Numa referência clara à temática levantada por Hélio Oiticica – Seja Marginal, Seja Herói – em que deu status de arte à foto do corpo morto do conhecido bandido da década de 1960, Cara de Cavalo, Antonio Manuel procura reavivar esta idéia, retirando da marginalidade alguns personagens desconhecidos.

Juvenília (Paulo Sacramento, 1994)

Produzido com apoio da ECA-USP esse documentário que mais parece um curta-metragem de ficção, mostra através de fotos estáticas um grupo de jovens se divertindo enquanto torturam um vira-latas. Usando vários tipos de apetrechos como pás, marretas e pedras, a ação dos jovens causou certo desconforto à moça que estava ao meu lado, que preferiu virar o rosto durante os 7 minutos de duração do curta.

Utilizando a música para enfatizar a ação, uma curiosidade sobre o filme é a atuação de Soninha, a ex-vj da MTV e hoje deputada (?) pela cidade de São Paulo.

Chapeleiros (Adrian Cooper, 1983)

Mostrando a ação de um dia numa fábrica de chapéus, o que vemos é todo o processo produtivo na confecção do produto, os movimentos repetidos, as diferentes funções e a variação das pessoas que compõem os trabalhadores da fábrica: adolescentes, donas-de-casa, rapazes com jeito de galã, senhores e senhoras de idade que durante o processo se igualam pelo trabalho e se individualizam apenas no final do dia, quando deixam a fábrica e voltam a seus cotidianos e referências singulares.

Interessante é que o cineasta enfatiza, durante a saída, que alguns trabalhadores usam chapéus. De onde terão vindo eles, os chapéus?

Vera Cruz (Rosangêla Rennó, 2000)

Numa tela quase branca alguns traços que se movimentam ao ritmo do mar, cujo som escutamos e que varia de acordo com a tonalidade da tela, dando idéia de claro-escuro. Assim é que lemos os possíveis diálogos que envolveram a chegada das naus de Cabral às terras brasileiras. O primeiro contato com os índios; as trocas; a primeira missa; o espanto com os corpos nus e as tentativas de misturarem-se e conhecerem melhor uns aos outros são o teor dos diálogos.

Uma nova forma de tratar o conhecido texto da carta de Pero Vaz de Caminha, excluindo a dramatização – em geral, tão cafona – do encontro entre portugueses e índios. O documentário apenas sugere aquilo que nunca poderá voltar a ser reproduzido com exatidão: a imensidão do novo. Para ambos os lados desse diálogo.

Com esse último post me despeço do É Tudo Verdade, que continua até domingo aqui no Rio de Janeiro.

Outro dia posto sobre os vencedores das mostras competitivas.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

É Tudo Verdade: Cinema Inocente e Subindo o Rio Amarelo

Mostra Retrospectiva do Documentário Experimental Brasileiro

Cinema Inocente (Júlio Bressane, 1980):

Um documentário cujo elemento fundamental é a montagem, em que Júlio Bressane sai a procurar de Radar, montador de uma centena de pornochanchadas e figura por demais simpática. Aproveitando o fato de ter sido chamado pelo entrevistado de Pedrinho e cineclubista, Bressane parece convencer o montador a uma jogada lúdica, a possibilidade de ser o ator dessa vez, sendo ele mesmo. E a partir daí vemos várias situações cujas correlações são a montagem e a ‘desestigmação’ do cinema, no sentido de que tudo gira em torno dos clichês e dos ícones maiores da sétima arte: entre uma cena e outra, a intercalação de clássicos do nascimento do cinema – quando o simples registro do cotidiano era o principal tema -, e cenas de pornochanchadas, além de muitos devaneios; folheamos um exemplar inteiro de Cahiers du Cinéma, assim como vemos Bressane entrevistar um pseudo cineasta francês, amigo de Radar, tudo isso baseado no mote do filme: cinema inocente é aquele que é feito sem a consciência do que é cinema.

Sabe que no final das contas eu cheguei mesmo a duvidar que Radar se chame Radar e saiba montar um filme?

(Se não fosse pelo Bergman, elegeria este o melhor filme do dia)

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Mostra Competitiva - Longas

Subindo o Rio Amarelo (Up the Yangtze. Yung Chang, 2007):

Um documentário que se ocupa em mostrar uma das faces do novo capitalismo criado pela China, cujos impactos da criação de uma das maiores hidrelétricas do mundo, a Três Gargantas, é sentido pelo homem comum. Uma das cenas mais impactantes inclusive é a de homem, que como todos os 4 milhões de relocados devido a criação da barragem, não consegue esconder a própria emoção ao dizer que é muito difícil o cotidiano de um homem comum na China hoje, deixando de lado a costumeira contenção de sentimentos ligada aos orientais. O que significa dizer que sua dor deve ser realmente forte.

Através da história de uma família pobre, cujo maior benefício é o fato de morar nas margens do Rio Amarelo, aproveitando a fertilidade do solo para plantar a própria comida, vemos a dura realidade da transição forçada por condicionadores econômicos e o esfacelamento dos sonhos de uma jovem que preferia continuar seus estudos a ter que aceitar o trabalho num dos muitos transatlânticos que cruzam o rio, cheio de turistas em busca de conhecer uma China antiga que já não existe mais.

Todo o processo incluindo a ocidentalização do próprio nome, além da necessidade desse trabalho para que sua família possa sair da margem do Rio Amarelo é sofrida. E o interessante é conseguir perceber o que os cidadãos comuns também devem ter sentido na transformação – por exemplo – da cidade de São Paulo naquela cidade moderna que vi ontem em Sinfonia da Metrópole...

É Tudo Verdade: A Voz de Bergman


Mostra Especial

A Voz de Bergman (The Voice of Bergman. Gunnar Bergdahl, 1997):


Acompanhados por Malu Mader na platéia, assistimos a essa conversa/aula com o diretor sueco, morto ano passado. Um documentário preocupado em conhecer a metodologia, os gostos e as vontades de um dos diretores mais prestigiados pelos estudiosos/amantes de cinema. Uma conversa em 8 atos, todos relacionados ao cinema e sua magia. Uma magia que Bergman considera como potencialmente prazerosa, já que ao juntar as várias anotações de seu caderninho transformando-as em uma coisa só, a poderosa sensação de ser o arquiteto das situações de uma vida é o melhor jogo de todos. Ao mesmo tempo em que não há motivo para a existência de um filme sem que ele consiga emocionar o espectador.

Às vezes os personagens saíam de sua cabeça e iam andando por conta própria, ao que Bergman precisava segui-los e isso era um pouco trabalhoso, dizia ele. Aliás, segundo conta, seus roteiros escapavam ao tédio comum embutido a esse tipo de texto, já que ele minuciosamente se dava ao trabalho de escrever as cenas falando de suas cores, cheiros e até dizendo claramente aquilo que gostaria de ver ao fazê-la para que fosse visualmente aprovada por todos os participantes do processo, principalmente os atores. E é fácil perceber que o diretor se empolga não somente com a amarração das tramas, mas com a criação de imagens, e em algum momento o vemos falar sobre o cinema mudo em que toda a experiência sensorial é repassada ao espectador unicamente de forma visual. Com isso pode-se supor algum purismo do sueco, para logo em seguida ouvi-lo dizer que tudo se transforma com o tempo, inclusive o cinema, dando a entender que chegou o dia em que só as imagens não sustentavam a transmissão de emoções.

E tremei amigos: ele não se esquece de falar sobre os críticos, dizendo que durante algum tempo eles participavam de discussões com os cineastas, e ele mesmo gostava de ouvi-los por sua erudição e embasamento. Atualmente, no entanto, ele consegue perceber que a necessidade urgente de criticar, devido ao acúmulo de produções, empobrece o trabalho, no sentido em que não há mais tempo para discussão e amadurecimento sobre a sensação de assistir às produções. Aí é que entra uma dúvida minha: em outro momento da conversa, Bergman cita um compositor que diz nunca ter compreendido a música, apenas aprendeu a senti-la, para afirmar que se você se esforça para entender o cinema de alguém, perde o foco real da atenção que são os sentimentos proporcionados pela película. Se estivesse lá, eu perguntaria: então o papel da crítica é o de confrontar opiniões acerca das sensações proporcionadas pelo filme? Bem que alguém já disse que a crítica é algo subjetivo, e nesse caso Bergman me deu mais uma peça desse quebra-cabeça que é entender o que venho fazendo, inclusive agora enquanto falo sobre este documentário, enquanto falo sobre ele.

Essa é uma compreensão que ele estende ao fazer-cinema. Durante a entrevista diz que assistia a todas as produções suecas de um ano durante o verão, e percebia na nova safra de diretores de seu país um grande talento para compor imagens e enredos, na montagem e na escolha das seqüências certas aos fins que se propunham. No entanto, Bergman sentia que todo o apuro técnico encontrado nisso não conseguia encobrir a deficiência – comum entre os novos – de não saber tocar o coração de sua própria história. E quando falo ‘coração da história’ estou reproduzindo a própria figura utilizada pelo diretor, e não usando uma licença poética para interpretá-lo. Ligado a isso, ele resume a ‘eficiência’ de um filme à fidelidade da produção à verdade do diretor/criador, ao tal ‘coração de sua própria história’. Afinal é isso que vale, e o que cabe ao espectador é conectar-se a essa sensibilidade, senti-la também.

Engraçado é vê-lo comentar sobre a infrutífera idéia de um filme em extreme close-up, da força dessa imagem de outro ser humano em close hipnotizando a platéia, sendo que neste documentário praticamente a imagem que se vê é a do diretor, não exatamente num close super, mas apenas ele, falando e hipnotizando a todos nós. Da mesma forma é engraçado vê-lo dizer que festivais são uma coisa cabível à indústria do cinema e interessante dentro do processo de venda dos filmes. Até legais, segundo ele, apesar da desconfiança de que se possa absorver mais de dois filmes por dia. Ao final diz que muitos festivais podem ser feitos, sem que no entanto o convidem. E ele aqui, como uma das figuras especiais deste festival. Pobre Bergman?

Termino como ele, dizendo que é melhor parar por aqui, pois eu poderia falar sobre esse documentário durante horas...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

É Tudo Verdade: Wholes e São Paulo: A Sinfonia da Metrópole

Hoje na mostra Retrospectiva do Documentário Experimental Brasileiro um dos destaques era São Paulo, Sinfonia da Metrópole, produzido em 1929, uma das raridades da Cinemateca Brasileira. Os curadores tiveram o cuidado de pôr Wholes de A.S. Cecílio Neto, documentário de 1991, como seu par. E se o segundo não é bem um complemento do primeiro, também não podemos descartar as suas afinidades.

Ambos tratam a cidade de São Paulo como personagem, e em certa medida como um organismo vivo, tentando assim mostrá-la através da humanização. E isso é mais facilmente perceptível em Sinfonia da Metrópole, filme mudo que traça a trajetória de 'modernização' de São Paulo usando um artifício intressante: vemos a sinfonia sendo montada aos poucos, acompanhando o ritmo da cidade desde seu despertar, até sua volta à quietude e tranquilidade no início da noite, sendo desta forma possível captar um ciclo inteiro deste organismo cujas engrenagens (termo muito apreciado pelos artistas da década de 1920, quando qualquer menção à máquinas era sinônimo de modernidade) trabalhavam em um ritmo comum e conjunto, contribuindo assim para sua evolução.
É bom dizer que a dupla de produtores húngara, Adalberto Kemeny e Rudolf Rex Lustig, donos da produtora Rex Filme, foram nomes importantes para o surgimento da Vera Cruz devido a seus conhecimentos sobre revelação de filmes cinematográficos e fotografia, conhecimentos estes extremamente necessários a criação de uma indústria nacional de cinema. Inspirados no filme Berlim, Sinfonia de uma Metrópole (de Walter Rutmann, 1927) os cineastas fizeram deste que mais parecia (e deve ter sido) uma peça publicitária encomendada pelo governo da cidade num filme experimental, que com fotografia e trucagens modernas à beça surpreende pela qualidade e ousadia do registro, e que por isso mesmo é considerado um clássico do documentarismo nacional. Em alguns momentos me lembrou muito o Metropolis de Fritz Lang, com suas transições entre mecanismos de relógios e a atividade da cidade, com suas fábricas e efervercência citadina. Ou quando mostra uma paisagem urbana em que numa montagem, aviões de brinquedo voam pelo céu para ressaltar o tamanho do progresso que existia ali.

Já Wholes, o outro filme, segue esse mesmo caminho, o de transpôr o próprio título do festival onde É Tudo Verdade e brinca com o gênero, levando para o formato uma crítica lúdica sobre a cidade de São Paulo que em 1991 já está cansada do título de uma das maiores cidades do planeta - que como diz a narradora, não sei a sexta ou a sétima, mas sei que grande - e com problemas bem sérios para se resolver, como a desigualdade social, a educação infantil pautada pela programação da tv e os vários buracos e inexistências que preenchem o vazio da metrópole.
No final Wholes nos deixa uma boa dúvida: será que São Paulo existe? Será que as metrópoles existem?

terça-feira, 1 de abril de 2008

Cine Players no É Tudo Verdade


Começou na última sexta-feira, dia 28, o 13° Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade, versão 2008.

Este ano a programação traz, além das mostras competivas (para documentários de longa/ média-metragem e para os de curta-metragem, em nível nacional e internacional), uma retrospectiva do documentário experimental brasileiro e outra com 10 documentários que mudaram o mundo (incluíndo Tiros em Columbine de Michael Moore e A Revolução Não Vai Passar na TV de Kim Bartley e Donnacha O'Brian). O Festival ainda conta com as mostras O Estado das Coisas, Foco Latino-Americano e Horizonte.

Um dos destaques nacionais é a estréia da produção dirigida por Patrícia Pillar: Waldick, Sempre no Meu Coração, que como o nome sugere traz um olhar sobre a vida de um dos cantores populares mais amados do Brasil, Waldick Soriano.

Outra novidade é a ampliação da rota
do É Tudo Verdade : além de São Paulo e Rio de Janeiro, Brasília, Recife, Bauru-SP e Caxias-RS receberão o festival. Então fique atento, e se te interessa conhecer melhor a natureza e as possibiliades cinematográficas do gênero documental, é só clicar aqui e fique sabendo sobre a programação na sua cidade.

O Cine Players estará cobrindo a parte carioca do festival com uma enxuta equipe, num esforço para tentar trazer algumas boas impressões do que de melhor acontecer por lá (ou por aqui, depedendo de quem lê)

Aguardem as notícias.



Charles Chaplin


"Já perdoei erros quase imperdoáveis,
tentei substituir pessoas insubstituíveis
e esquecer pessoas inesquecíveis.

Já fiz coisas por impulso,
já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também
decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
já dei risada quando não podia,
fiz amigos eternos,
amei e fui amado,
mas também já fui rejeitado,
fui amado e não amei.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
já vivi de amor e fiz juras eternas,
"quebrei a cara muitas vezes"!

Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
já liguei só para escutar uma voz,
me apaixonei por um sorriso,
já pensei que fosse morrer de tanta saudade
e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo).

Mas vivi, e ainda vivo!
Não passo pela vida…
E você também não deveria passar!

Viva!
Bom mesmo é ir à luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classee vencer com ousadia,
porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é "muito" pra ser insignificante."

- Charles Chaplin

http://www.youtube.com/watch?v=EsXq04ldhmM

http://www.youtube.com/watch?v=J3Pl-qvA1X8