quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Onde os Velhos Não Têm Vez (o livro)

Estou acabando de ler o romance Onde os Velhos Não Têm Vez, do Cormac McCarthy.

Não sei se o problema é da tradução (feita por Adriana Lisboa, da Editora Alfaguara) ou do próprio original. Mas o texto tem uma escrita das mais pobres, cheios de "e", "e", "e", "e". Nunca vi algo parecido. Sou obrigado a repruzir um trecho pra vcs terem uma idéia do que eu estou falando:

"Desceu a escada dos fundos E atravessou o estacionamento até o carro de Wells E pegou a CHAVE da porta no molho de CHAVES que Wells levava E abriu a porta E verificou dentro do carro na frente E atrás E debaixo dos assentos. (...) Deu a volta até o lado do motorista E abriu o capô E olhou dentro do compartimento do motor E depois fechou o capô E ficou olhando para o hotel."

Mais à frente:

"Ele não sabia o que estava procurando mas não teve que procurar"

Será o Cormarc escreve tão mal assim ou o problema é da nossa tradução?

De todo o modo, para aqueles que pensam que ñ é possível fazer um filme melhor que um livro, Onde os Fracos Não Têm Vez é bem melhor que o romance. Eu já gostava do filme. Depois de ter lido a história na qual ele se baseou, passei a gostar ainda mais.

2 comentários:

carlos norcia disse...

Se o autor vier dessa leva de, simplificando, seguidores dos beats com muitos pés naqueles retratos do universo marginalizado, então os montes de 'es' estão explicados.
O inglês tem uma fluência muito diferente da nossa, a tradução pode ter perdido muito facilmente esse ritmo q pode ser q haja no original. Até pq, convenhamos, traduzir por cima do inglês qualquer um faz, o difícil é conseguir capturar as peculiaridades do q o cara faz com ele.

Alexsandro Vasconcelos disse...

Isso também acontece com Oil! e Sangue Negro. O livro é extremamente terrível, já o filme é uma maravilha de bom. Onde Os Velhos Não têm Vez, ainda não tive oportunidade de ler.

Às vezes esse excesso de "e" é culpa da tradução mal-feita mesmo.

Abraço