terça-feira, 28 de setembro de 2010

Segunda-feira

O dia começou com dois filmes fracos e com bastante em comum. Tanto o argentino O que mais quero, de Delfina Castagnino, quanto o filme da Costa Rica Água fria do mar, de Paz Fábrega, parecem apostar em um cinema de narrativa simples e de poucos recursos técnicos. O problema dos dois filmes é que eles não apresentam nada de interessante para sustentar esse projeto de economia estética. São filmes plasticamente feios e com enredos que não acontecem. Que de certa forma nos deixam com as perguntas de: para que estes filmes foram feitos? Qual era o desejo que movia seus realizadores? Eu confesso que fiquei sem respostas.

O que mais quero, de Delfina Castagnino
Nota: 5
Água fria do mar, de Paz Fábrega
Nota: 4

Mas a magia do Festival do Rio é a de nos surpreender positivamente quando nossa esperança de ver bons filmes parece estar se apagando.

Kaboom, de Gregg Araki
Eis um filme bastante incomum. Uma mistura de comédia, com suspense, com romance adolescente e, ao mesmo tempo, nada disso exatamente. Entre seitas, bruxas, conspirações e muito sexo, o filme vai construindo uma história cada vez mais maluca – e, por isso mesmo, cada vez mais maravilhosa.
Nota: 8.5

Biblioteca Pascal, de Szabolcs Hajdu
Este filme é uma espécie de fábula da Europa globalizada: a personagem principal é uma mulher de origem húngara, que mora na Romênia, passa pela Alemanha e termina em Londres – para, finalmente, regressar à casa. Toda essa saga é contada com muito lirismo e magia. Ainda que o filme reserve um momento para o choque com a realidade e a desconstrução de seus mecanismos, a força da sua personagem é a de preferir continuar a re-escrever, na medida do possível, sua própria história poeticamente.
Nota: 8.5

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