Bom, vocês devem ter percebido que agora a gente tem um Twitter também, que vai dar em tempo real tudo o que estiver rolando pelo Rio de Janeiro. Ainda estou me acostumando com o treco, mas acho que vai ser bacana.
Bom, quanto ao blog, vou dar uma pequena pincelada sobre os filmes que a gente for vendo. É humanamente impossível ver quatro, cinco filmes em um dia e discorrer sobre eles. Aí a gente faz uma pequena resenha por aqui daqueles que forem menos favorecidos! :)
O dia de hoje foi de três filmes razoáveis. O primeiro, O Visitante, foi o melhor. Coeso, bem ritmado, ótimos atores (cada vez mais adoro o trabalho da Hiam Abbass, e Richard Jenkins em um papel principal!) e que trata de um tema delicado - a imigração - de forma contundente. Bom, eu vou escrever uma resenha longa pra ele, então, fico por aqui.
O segundo foi CSNY Déjà Vu, um doc musical escrito e dirigido pelo ícone folk Neil Young. Olha, sinceramente não gostei muito. Primeiro, vou contar mais ou menos o que é o filme: Young reuniu-se com seus antigos parceiros para fazer uma turnê pelos Estados Unidos em um show altamente politizado, contra a Guerra do Iraque - da mesma forma como faziam na década de 70 em relação à Guerra do Vietnã, e por isso o "déjà vu" do nome. Entre canções irônicas e debochadas contra George W. Bush e muita panfletagem democrata chata, há momentos piegas, outros genuínos, e muita música boa. A melhor seqüência é quando eles cantam em Atlanta, na Geórgia, estado conservador sulista (se lembram das Olimpíadas?). Engraçadíssimo ver a reação das pessoas debandando do show e apontando seus dedos médios para a câmera após a canção mais pesada. Mas o filme se perde muito ao acompanhar histórias de veteranos ou de familiares de mortos na guerra. Parecia outro documentário. Enfim, não recomendo para os que não são fãs de música folk.
Por fim, Gomorra, um retrato bastante cru de uma região italiana - Camorra - dominada pelo narcotráfico e que serve de depósito para lixo tóxico. Acompanhando vários e vários personagens, o filme nos apresenta uma Itália que eu não sabia que existia. Pobre, devastada, decadente. São jovens conhecendo o submundo, pessoas lutando para sobreviver, e muito, mas muito sangue. Não é por nada que alguns garotos do filme têm como ídolo Tony Montana, personagem de Al Pacino em Scarface. É um filme difícil de se acompanhar, pois seus personagens são pelas ações, não há a preocupação de se criar um background - e várias das conexões têm que ser simplesmente supostas. Imagine um Cidade de Deus sem muita presepada, um filme oposto ao cosmética da fome. É mais ou menos o que Gomorra oferece - o filme ganhou o Grande Prêmio no Festival de Cannes desse ano. Mas por mais que seja simples e direto, tem seqüências memoráveis, como uma que um sujeito é o único sobrevivente de uma chacina e, ao sair daquele lugar, é acompanhado por uma câmera em plongée que vai revelando os corpos pelo chão. É um filme difícil, mas dotado de muitas qualidades, e que merece realmente ser conferido.
Bom, amanhã tem mais. Já adianto que o último de amanhã é um terror / suspense sul-coreano que está criando bastante expectativa. Inté!
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